Essas são as “headlines” de notícias sobre cartão de crédito nos últimos dois dias.
Na semana passada, escrevi um post em inglês explicando minha percepção sobre como as bandeiras de cartão de crédito mudaram suas campanhas de marketing. Nos anos 2000, com apenas 35% da população brasileira bancarizada, o foco das bandeiras era colocar o máximo de cartões nas mãos das pessoas e aumentar o número de transações. Hoje, a prioridade é proporcionar uma experiência superior ao usuário e garantir a sua retenção.
Lembra daquela época em que você via quatro ou mais maquininhas de cartão (POS) no balcão dos estabelecimentos e sempre ouvia a famosa pergunta: “Qual a bandeira e banco do seu cartão?” Esse cenário mudou completamente. Atualmente, nunca foi tão vantajoso possuir cartões como o Mastercard Black e Visa Infinite. Com a ascensão dos neobancos, a competição entre os emissores tornou-se acirrada, resultando em benefícios como cashback de até 4%.
O grande motor dessa transformação é o PIX. As bandeiras perceberam o potencial disruptivo do PIX, especialmente dependendo das ações futuras dos bancos. Isso porque, no universo dos cartões de crédito, são os bancos emissores que fornecem o crédito aos portadores de cartões. No entanto, isso pode mudar se o Banco Central incentivar os bancos a oferecer crédito por meio do PIX, algo que está em vias de acontecer com o lançamento do PIX parcelado.
As bandeiras entenderam que, se o PIX conseguir melhorar a experiência do usuário e simplificar o processo de pagamento, a competição pode se intensificar. Isso é ainda mais relevante considerando que o Bacen tem a capacidade de influenciar o mercado a adotar suas soluções de maneira colaborativa.
Embora o PIX esteja desempenhando um papel importante na inclusão digital e na redução da desbancarização no Brasil, o processo atual não é o mais eficiente. Abrir o aplicativo do banco, clicar em PIX, selecionar QR code, pagar o QR code, escanear o código e confirmar a transação envolve seis passos. Comparado a isso, usar um cartão de crédito ou débito sem precisar digitar a senha é bem mais simples.
Essa competição é benéfica para nós, consumidores, pois as bandeiras farão de tudo para garantir que os usuários de cartões de crédito não migrem para o PIX de maneira definitiva. Eu, pessoalmente, não mudaria minhas transações diárias para o PIX devido aos benefícios como investback na XP e milhas. Além disso, ainda considero trabalhoso e arriscado abrir o aplicativo do banco para pagar via PIX. No entanto, quando o PIX puder ser utilizado com a Apple Wallet, a praticidade pode mudar o cenário.